quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

com penetração

.
Vou escrever um poema
de camisola
e penetrá-lo, penetrá-lo, penetrá-lo
de camisinha.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Com e sem os pingos

Os pingos nos “is” não vou pôr
e dispor em desacento ordenado.
Acima de cada palavra um pensamento.
Formação de continui-frase-dade em segmento
incomoda se no fim a distância aumenta
se palavra (en)curta a frase (a)tormenta.
Reconstitui o tudo por um novo
e as mãos suplicam reboco
do princípio a fuga não existe
é o começo indubitável
pintável
triste.
Feliz
no fim do agora é futuro.
Reescreve em partes cada etapa no escuro,
reflexões que cheias de “is” aparecem -
abaixo a importância dos pingos -
e deixo você pô-los dessa vez.
Construir frases simples e retas -
nada de listras ou xadrez -
Tudo mostrado nos mínimos, com mimos,
manual de explicações, setas,
Não deixar ninguém pensar...
E os pingos nos céus eu vou pôr,
para chover até que tudo acabe!
Pois de que me adianta viver assim?
Sem entusiasmo, com tanto detalhe?
Está jogado na face!
Tiraram a minha contemporaneidade – achei que ela não tinha fim.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

COMO DIRIA DORA FERREIRA DA SILVA...

Órfica

Não me destruas, Poema,
enquanto ergo a estrutura do teu corpo
e as lápides do mundo morto.
Não me lapidem, pedras,
se entro na tumba do passado
ou na palavra-larva.
Não caia sobre mim, que te ergo,
ferindo cordas duras,
pedindo o não-perdido
do que se foi. E tento conformar-te
à forma do buscado.
Não me tentes, Palavra,
além do que serás
num horizonte de Vésperas.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Que droga!

Escrevia um concretismo tal
que soou subjetivo. "Cadê o sujeito? Cadê
a essência além da forma? Perfeito:
agora eu uso palavras diversas
para escrever uma só". Não entendia, não
prestava atenção ao poema. Tanto dizia
ele, perdeu o sentido naquela folha perdido,
amarelo doente de pó.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

GARIMPO SEMANAL

Apartheid Soneto




Autor: Avelino de Araújo

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Engula

..........................................................Letra mais
.............................................letras chegam
............................................mar à tona
...................................de boas vindas
.........................Amontoam-se na boca
........................salivando entre os dentes
.................................engolindo as palavras
........................................GORDOS GOLES:
...........................................blog blog blog blog
.............................................................e mas-
...............................................tigo mastigo
como
(não há mar)
a língua que eu amo?
(não há mar)
as letras que eu amo?
(não há mar)
entretanto
................afogam
............................se...
..................................no seco da garganta
.....................................................descem
.....................................................seus
.....................................................hífens
.....................................................tal
.....................................................vez
.....................................................também
.....................................................os
.....................................................pontos
.....................................................e
.....................................................vír
.....................................................gulas.




poema feito por Aline Gallina e Priscila Lopes