terça-feira, 23 de setembro de 2008

GARIMPO LITERÁRIO

genealogia
a Cláudio Oliveira

No princípio eram as letras
Desarrumadas Quando nem alfabeto
havia De sentido
apenas a própria matéria
letral Os arranjos faziam-se
Por entre xsc vhal deim
deu no que deu: num verbo
Depois noutro e noutros A partir daí
tudo ficou mais fácil
As letras aprenderam a movimentar-se
De seus encontros nasceram
coisas como mar dobradiçasdo-
asfalto homens sol
roldanas-do-engano chaves-de-fenda
(estas últimas serviam
pra desmontar os encaixes
- com elas é que se descobriu
que dentro de todas as coisas
são letras que existem) Tempo virá
em que os arranjos voltarão a lembrar
estas sintaxes E traçarão outras
Estrangeiras
Começando sempre por onde nunca
se sabe


Autor: Alberto Pucheu

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O olhar penetrante sobre o corpo de um poema
pode engravidá-lo.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

ela lê o beabá do levedo
e lambe o dedo que leva o lápis:
aí vem o olho esquerdo a ver ao lado
o louvor da letra que se faz no copo
a loucura bêbada que se faz num chopp
-----------------------------------ou
---------------------------------cerveja

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

COMO DIRIA AFFONSO ROMANO DE SANT'ANNA...

Arte-final

Não basta um grande amor

.....................para fazer poemas.

E o amor dos artistas, não se enganem,

não é mais belo

.....................que o amor da gente.

O grande amante é aquele que silente

se aplica a escrever com o corpo

o que seu corpo deseja e sente.


Uma coisa é a letra,

e outra o ato,

.....................- quem toma uma por outra

............................confunde e mente.