Eu vou escrever um discurso para o bem
de todos. Vou celebrar toda uma Nação,
e Estados miniaturas da África,
da Europa e da Ásia - vou disseminar o vírus poético-
caótico no Azerbaijão. Em francês, une chanson triste
para os corações empedrados - leite em pó violado:
os ratos esperam seus restos – Oh, Imortais
da Literatura, eis mais um prêmio - o derradeiro,
o sentenciador - o mais perfeito é deixado para o final:
a Morte!
quarta-feira, 16 de abril de 2008
and the oscar goes to...
Postado por Priscila Lopes às 14:50 13 espinhos
terça-feira, 8 de abril de 2008
COMO DIRIA ANA CRISTINA CESAR...
discurso fluente como ato de amor
incompatível com a tirania
do segredo
como visitar o túmulo da pessoa
amada
a literatura como clé, forma cifrada de falar da paixão que não pode
ser nomeada (como numa carta fluente e "objetiva").
a chave, a origem da literatura
o "inconfessável" toma forma, deseja tomar forma, vira forma
mas acontece que este é também o meu sintoma, "não conseguir falar" =
não ter posição marcada, idéias, opiniões, fala desvairada.
Só de não-ditos ou de delicadezas se faz minha conversa, e para
não ficar louca e inteiramente solta neste pântano, marco para
mim o limite da paixão, e me tensiono na beira: tenho de meu
(discurso) este resíduo.
Não tenho idéias, só o contorno de uma sintaxe ( = ritmo).
Postado por Priscila Lopes às 15:23 6 espinhos
quinta-feira, 3 de abril de 2008
GARIMPO SEMANAL
A chuva já recomeça:
e o sol ainda resta em frestas
(como o significado da palavra solidão).
O tempo mente o relógio.
Quanto tempo leva?
(uma tristeza para se libertar)
O tic-tac sem pressa...
Uma beleza leva quanto?
(Tempo para germinar)
Quem vai responder,
mesmo que se engane,
saberá que o engano às vezes é bom.
Por dentro
o tempo não pára enquanto
a minha roupa quara,
da janela pra dentro é
o mesmo (tempo.)
Temporal.
Postado por Priscila Lopes às 16:16 6 espinhos