Venero o verso livre
que não escapa ao poema
- quando se_____ solta _____ na linha,
VIVE
a morrer
na exclamação:
Ó grave tinta escura de superfície
Corajosa, riscas meu vôo líqüido,
Acorrentas vazia o verso sem timbre
Veneno-padrão que morre vívido!
Ressuscita com uma vírgula.
Retira risco por ponto.
Faz virar
......................ponta
....................cabeça
o verso branco antes enterrado.
Bocas apojadas salivando antífonas.
Poetas? Não, bibliotecários! Cirurgiões
literários de bisturis estéticos;
reféns do temor de contágio poético;
cozinheiros de rimas;
sobre
.........vivem nas mesinhas de cabeceira.
- Vamos exaltar o criado-mudo!
- Avante, Lirismo! Ô conFORMismo! Ostra-
cismo.
contudo que seja ação:
metrificação
- Realmente, Coronel! Você, Soberano
Lirismo.
- Tens uma alma bem cruel. Eu cismo?
Trago os alfarrábios no braço.
Suporte teórico em signos embebido
Rebuscas grotesco minh'alma de crassície.
Onipresente, destoa do tempo a calvície
Com o poder do trono a ti concedido.
É que de repente explode um son...
eto eto eto - ecoa na memória nua,
palavra que desperta a tentação
de rimar com crua, lua, tua...
Tua mão delicada outrora me disse.
Quão tonto nos deixa o efeito cumprido
É demais o perigo d’esse fazer tímido.
E é antiga e escura daqui a imundice.
Intensa atenção recolhida do ouvido.
Ó som retumbante que me és típico!con-vida à caixa de ressonância
- o Tempo, este passeio cíclico;
este desperdício de; lágrima
desMANCHA versos no papel
e não apaga as linhas do Passado.
(é que eu me inspirava em Quintana,
enquanto Ele gritava: Quintilha!)
Por Aline Gallina e Priscila Lopes