sábado, 17 de novembro de 2007

poema-(des)pedido

Quando eu houver partido,
mande lembranças minhas
à vida que não vivi,
por tanto teor comedido
- do desdireito de ir
e vir - conte a ela sobre
o poema-verso-livre
que nunca alcei em linhas
pois preso estaria ali.
Quando eu houver partido
ao meio, juntar as letras
de mim - pois a escrita
me lê, mas o verbo me foge
e meu papel resiste à tinta preta.
Comemorar cada ponto impreciso
das minhas reticências - corre
em minhas veias uma interjeição
que se exclama só, grita, sALTA, (morde!)
Quando eu houver partido
inteira, à maneira de ser oculta,
respeite meus fonemas como
quem não reage ao insulto de
saber-se (con)sentindo o chão
- ordenadamente orientam-se os
críticos
no rio raso da rasura:
por favor, corrijam o meu erro
corrijam-me o erro
corrijame.

13 comentários:

  1. é uma das coisas que eu preciso fazer ainda em relação: "a vida que não vivi..."

    gostei do texto =D

    abraço!

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  2. Respeite meus fonemas ... maravilhoso isso !!!


    abraços

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  3. Bonito
    Gostei!
    tenho outro blog
    http://outono-desconhecido.blogspot.com/

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  4. Beleza, Priscila! Ó, grata pela visita ao refúgio e por lincá-lo aqui, no cinco espinhos. Um abraço.

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  5. poema não é o meu forte. mas é um belo poema. obrigado pela visita ao Espalitando. E já deixei o meu voto.

    abraço

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  6. OLÁ, grata pela tua visita ao meu cantinho,
    fiquei a conhecer o teu e gostei muito.
    Beijinhos,
    Fernandinha

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  7. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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  8. Eis-me aqui, navegante de curiosidades poéticas, vendo - mais uma vez - os Cinco Espinhos da textualidade, com seus garimpos semanais e suas postagens à procura de surpresas e horizontes. Um abraço.

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  9. Oi Pricila, eu simplesmente amei sua crítica, sugestão em meu blog! Vou ler o Leminsky e a Ana pois o Drummond já conheço...
    Concordo com vc, acho que poesia não tem forma, e sim o que sente, mas as vezes sinto se não escrevo expressões sentimentais em forma de versos e não poemas em si...
    Amo seus poemas, seu talento e criatividade são de encher os olhos, espero sua visita inspiradora mais vezes em meu blog. Bjos querida, muito obrigado pela sugestão, adorei!

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  10. quem reinventa,
    acrescenta,
    neste mundo que (quase) só tira.
    Caso não conheça, recomendo " Caminhos des-encantados" de José Mena Abrantes, escritor Angolano.

    A realidade do nosso " comum " é a língua

    Abraço
    Kim
    www.kimdamagna.blogspot.com

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  12. A vida que não vivi é uma vida só pra todo mundo. Ou seja, só são versos.

    Um abraço.

    Virei fã do blog.

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