Paro para parecer
proposital a perda
de paradigmas
precipitados na
apropriação da
primeira prática
proibida. É possível
que se possa ser
passional com a
pessoa pressionada
à passear na passagem
do pensamento pulsante.
Pondo uma ponte
diante dessa gente
pendurada
ponta à ponta
pinta-se um pêndulo
ponderador de pancadas.
terça-feira, 23 de junho de 2009
parábola pós ponderação
Postado por Aline Gallina às 14:13 1 espinhos
GARIMPO LITERÁRIO
deu o sangue
por esses versos
descartáveis
Postado por Priscila Lopes às 12:00 1 espinhos
Marcadores: Germina Literatura, Líria Porto
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Questionamentos poético-adolescentes
E eu, que já não tinha pernas
me sinto parada
Que já não tinha mãos
faço quase nada
Que já não tinha olhos
vista embaçada
- Vivo pra não morrer.
E eu, que já não tinha amigos
ando solitária
Que já não tinha mãe
nem imaginária
Que já não tinha amor
vivo de migalhas
- Choro pra não sofrer.
E eu, que já não tinha fé
perdi a esperança
Que já não tinha laços
quis fazer vingança
Que já não tinha passos
a solidão me alcança
- Ando pra não correr.
E eu, que já não tinha a mim
perdi meus ideais
Que já não tinha sonhos
dores tão reais
Que já não tinha planos
vidas marginais
- Escrevo pra não esquecer.
Postado por Priscila Lopes às 08:30 2 espinhos
quinta-feira, 11 de junho de 2009
DE LÁ PRA CÁ
Todo poema acota un espacio
y lo funda, baliza un territorio.
Aquíla altura es páramo
y remanso —los hombres callan— pero
el agua baja de los montes y su voz
desnudándose al aire me traspasa. Muchos
aquí se van y pocos
vuelven, los que se quedan vagan
como espectros rulfianos pero
su corazón sin catastrar ignora
la prisa y los registros. Aquí
los frutos son de otoño y cuando
llegan, porque las casas dan
al invierno y la flor se desploma
en ruina al pasmo de las noches
en pueblos sin escuela ni tabernas. Pero
todavía en algunos
es virtud la templanza y no se pierde
el hombre por el lucro o la apariencia. Estos
son los dominios del silencio. El tiempo
aquí se para. Y me traduce.
Postado por Priscila Lopes às 14:32 0 espinhos
Marcadores: Ausejo de la Sierra, Fermín Herrero
segunda-feira, 8 de junho de 2009
GARIMPO LITERÁRIO
Já faz tempo que desacreditei em Deus.
No entanto, nunca esteve tão longe
como só o que existe pode estar.
E por assim ter a distância,
abre-me a falta Dele ao peito.
Sei de explicações psicológicas, antropológicas,
li Levis Strauss,
mas o encanto faz-me viva.
Deus não será isso mesmo,
Nossos espíritos imaginando?
Postado por Priscila Lopes às 09:00 2 espinhos
Marcadores: Deus, Elaine Pauvolid
quinta-feira, 4 de junho de 2009
COMO DIRIA CASSIANO RICARDO...
Bem sei que, muitas vezes,
o único remédio
é adiar tudo.
É adiar a sede, a fome, a viagem,
a dívida, o divertimento,
o pedido de emprego, ou a própria alegria.
A esperança é também uma forma
de contínuo adiamento.
Sei que é preciso prestigiar a esperança,
numa sala de espera.
Mas sei também que espera significa luta e não, apenas,
esperança sentada.
Não abdicação diante da vida.
A esperança
nunca é a forma burguesa, sentada e tranquila da
espera.
Nunca é a figura de mulher
do quadro antigo.
Sentada, dando milho aos pombos.
Postado por Priscila Lopes às 13:23 2 espinhos
Marcadores: Cassiano Ricardo, esperança, luta