quarta-feira, 14 de maio de 2008

GARIMPO SEMANAL

Poema Frio

Inverno
inaugurou hoje
não no calendário,
que lá inda é outono,
mas no ano
no dia
na pele.

Inverno
invadiu o ar
que chora
uma chuva
molhada
chuva de inverno
molha até os papéis
(os que estão
nas gavetas)

Inverno
chove triste
molha a roupa
molha o corpo
molha os ossos
chora o dia
até virar noite

Inverno
encharca
as calçadas,
emboscado
embaixo das lajes,
alagando frieiras,
penetrando por
insuspeitos
buracos no sapato.

Inverno
triste e cinzento
como o dia
como a cidade
como o mofo
das paredes
e da alma
das pessoas

Se o inferno
fosse frio,


seria inverno


Autor: Renato de Mattos Motta

7 comentários:

  1. No calendário da pele
    a cidade ainda é mofo
    baldio

    No calendário das lajes
    a emboscada feita de
    sapatos.

    No obituário das cores
    armários ainda sonham
    seus buracos

    ResponderExcluir
  2. Bem interessante e generosa a proposta do blog
    valeu a visita lá no império Priscila


    abraço

    Carlos A.

    ResponderExcluir
  3. Poxa Priscila, foi muito bom também receber esse comentário! Fiquei realmente feliz em ver ampliada a minha rede de amigos-poetas virtuais e conhecer esse novo Blog! Maravilha! Grande motivação para mim! Estarei sempre aqui no Cinco Espinhos ... Muito prazer e Beijo grande!

    ResponderExcluir
  4. Muuuuuuuuiiiiiiiitooooooooo bom o poema!!!! Meus parabéns! Olha... Não gosto do inverno não... Prefiro o calor do verão! Bjoks

    ResponderExcluir
  5. Gostei da proposta, bastante interessante. Obrigado pelso elogios ao meu poema. Volte sempre ao meu blog. Voltarei aqui mais vezes.

    ResponderExcluir