terça-feira, 8 de abril de 2008

COMO DIRIA ANA CRISTINA CESAR...

discurso fluente como ato de amor
incompatível com a tirania
do segredo

como visitar o túmulo da pessoa
amada

a literatura como clé, forma cifrada de falar da paixão que não pode
ser nomeada (como numa carta fluente e "objetiva").

a chave, a origem da literatura
o "inconfessável" toma forma, deseja tomar forma, vira forma

mas acontece que este é também o meu sintoma, "não conseguir falar" =
não ter posição marcada, idéias, opiniões, fala desvairada.
Só de não-ditos ou de delicadezas se faz minha conversa, e para
não ficar louca e inteiramente solta neste pântano, marco para
mim o limite da paixão, e me tensiono na beira: tenho de meu
(discurso) este resíduo.

Não tenho idéias, só o contorno de uma sintaxe ( = ritmo).

6 espinhos:

Alex Nascimento disse...

otemo, adorei, como visitar o tumulo
eu ainda não sei

Bianca Feijó disse...

Adorei, intenso, desprendido!

Muito bom ler seu blog!

Beijos!

Anônimo disse...

Nao sei se entendi mas parece bom pra caralho! Legal legal.. Klebert, bjo!

Luiz Alberto Machado disse...

Olá, pessoal, maravilha de espaço, parabens. Estarei indicando nas minhas páginas.
Beijabrações & tataritaritatá!
www.luizalbertomachado.com.br

Luis Eustáquio Soares disse...

só o contorno de uma sintaxe e cinco espinhos são, na minha mão? e não ser nada, nunca querer nada e à parte isso ter todos os sonhos do mundo? desvairar-se porque o jogo dos sentidos, na base ressentida, é jogo já jogado? como transcender, na imanência, o peso de nós sobre nós mesmo? como é não ter idéias, e as tendo, moça?
beijos,
luis

literatura disse...

Palavras, palavras sábias, bem ordenadas, com nexo. Gostei. Voltarei sempre.
Um abraço