segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

COMO DIRIA DORA FERREIRA DA SILVA...

Órfica

Não me destruas, Poema,
enquanto ergo a estrutura do teu corpo
e as lápides do mundo morto.
Não me lapidem, pedras,
se entro na tumba do passado
ou na palavra-larva.
Não caia sobre mim, que te ergo,
ferindo cordas duras,
pedindo o não-perdido
do que se foi. E tento conformar-te
à forma do buscado.
Não me tentes, Palavra,
além do que serás
num horizonte de Vésperas.

2 espinhos:

Priscila Lopes disse...

Dora Ferreira da Silva atuou como poeta e tradutora, tendo publicado dez livros. Ganhou três vezes o Prêmio Jabuti e, em 1999, o Prêmio Machado de Assis da ABL.

Mara faturi disse...

visitando a Cintia acabei caindo aqui...gostei muito;a poesia tb te atormenta como te encanta?!! falamos a mesma língua...lambemos a mesma palavra;)
voltarei sempre,
bjo