quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

COMO DIRIA CECÍLIA MEIRELES

Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E sei que um dia estarei mudo:
- mais nada

7 comentários:

  1. Amo esse poema que é um dos pouco que consegui decorar. Adorei a idéia do blog que com espinhos em quintetos mais parece uma estrela de cinco pontas.

    Passeando por aí, cheguei até aqui. E, sinceramente, fui bem vinda!

    Beijos recitados,
    Samelly Xavier
    http://saoseusolhos.blog.terra.com.br

    ResponderExcluir
  2. O que dizer? É Cecília e isso por si só basta...

    ResponderExcluir
  3. Simplesmente maravilhoso! Amo eese poema. Inclusive já o recitei.
    Parabéns pela escolha da postagem.

    Beijos poéticos,
    Reini Cardoso
    http://gotasdepoesia.blogspot.com

    ResponderExcluir
  4. Belo motivo para poetisar. Bela poesia; bela Cecília; e bela Priscila por publicá-lo.
    Beijos!

    ResponderExcluir
  5. sempre é bom retornar a um poema perfeito.
    abraços
    Rubens

    ResponderExcluir
  6. Quantas e quantas vezes cantei (e ainda canto) Motivo... Acompanhado por um violão, simplesmente não resisto: Eu canto!

    ResponderExcluir
  7. Quem fica mudo somos nós, lendo cecilia. Bjs.

    ResponderExcluir