segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Solo Fértil

Um sol me espia na noite
pálido de pavor.
Creio que fotografa as palavras
que não escrevo
e as imprime nesta folha
branca; minha cara,
eu atropelei o que falavas,
porém, está tão vivo - e isto,
sim, me mata.

O teu balão de vida
full gas
O teu ritmo de régua
full time
esvaziam minha paciência lírica.

Dirás que temo o teu ta-
lento... lento... lento....
- mas o passado ecoa,
não cria novos sons.

Temo é que estas criaturas "tapadas"
não enxerguem o clima que faz hoje:
choveu muito nos últimos 70 anos,
e agora germinam as árvores
das frutas que o Tempo apodreceu
no solo firme do desprezo.


...............................................O sol me espia na noite, pois
................................................já não há como desprezar.

8 comentários:

  1. Priscila, mande seu endereço pro meu e-mail para que eu possa te mandar um presente de Ano Novo.
    beijos
    Lau

    PS. adorei a última estrofe.

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  2. Choveu muito nos últimos 70 anos e agora chove lá fora e o cheiro da chuva faz com que eu não sinta o cheiro dos frutos que apodreceram. Forte esse poema.

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  3. Obrigado pelo comentário, Priscila!
    E achei ótima a proposta deste blog, virei visitá-lo sempre que possível!

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  4. para as meninas do e5pinhos, um feliz 2008, com flores, espinhos, talos, folhas e frutos, equilibrados na membrana frágil do Reino.

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  5. O Sol e os olhares atentos espiam os talentos...Irei passando por ca!Beijos!http://DadoFranco.hi5.com

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  6. Muito obrigada pelas visitas.

    Nós também lhes desejamos um 2008 maravilhoso e intenso.


    Ah... braços!

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  7. Muito obrigada pelas visitas.

    Nós também lhes desejamos um 2008 maravilhoso e intenso.


    Ah... braços!

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  8. Oi, Priscila!
    Gostei muitíssimo!!!!!
    A última estrofe é admirável!!!!
    Um abraço,

    Oliveira

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