sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O Fulano de Tal e "essa menina"

Eu sou o Fulano de Tal,
dono de posses.
És filha de quem, "essa menina"?
Quando eu crescer quero ser inscritora

Hoje o nome d'ela é poeta.

*

Lembra-se do Fulando?
Tinha os dois olhos tortos e as mãos fechadas.
Desistiu do tratamento por ser caro
Quando vai ler, olha para o próprio nariz.
Engraçado ele não se entender!

*

Inscrevo,
porque é para dentro.
Se for para fora é excrevo.
Inscrevo num desdiário
inconfissões.

*

O fulano não gosta de mim,
mas acho que é porque tem o nariz muito grande.
Se eu crescer mais ainda,
quero ser gigante também.
Mas quero que o não-corpo cresça junto.

7 comentários:

  1. O fulano de tal e "essa menina" se amam. Dessas químicas da natureza, a inscritora já tá doidinha pra viver a história .... Valeu visita de vocês no Rio daqui. Beijo nas donas da casa. Já gostei.

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  2. Esse fulo põe-me des-folando a língua,
    só verbo mesmo, não substancia.
    Nada em verbo a sua alegria pobre
    Nada esfola ou foi esfolando
    Nada
    Foi nadando.
    do altar do seu nariz
    do perdigoto
    da boca a rimar com a perdiz.
    tem mãos atadas e verbos velhotes
    assumando às cambalhotas
    é a poesia verba
    é a poesia de ouro
    e o verso barato
    é o verbo de cobre
    é a lingua de trapo

    Gosto dos vossos poemas ou dia-demos nas piras do ardemos !

    fogo nas mãos
    fogos terrenos
    amor à palavra
    ardamos
    sem remendos

    é um pouco automático mas creio que me vou aproximando, tacteio anh!
    abraços

    anónimoaqui e em toda a parte da blog....

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  3. Esse fulo põe-me des-folando a língua,
    só verbo mesmo, não substancia.
    Nada em verbo a sua alegria pobre
    Nada esfola ou foi esfolando
    Nada
    Foi nadando.
    do altar do seu nariz
    do perdigoto
    da boca a rimar com a perdiz.
    tem mãos atadas e verbos velhotes
    assumando às cambalhotas
    é a poesia verba
    é a poesia de ouro
    e o verso barato
    é o verbo de cobre
    é a lingua de trapo

    Gosto dos vossos poemas ou dia-demos nas piras do ardemos !

    fogo nas mãos
    fogos terrenos
    amor à palavra
    ardamos
    sem remendos

    é um pouco automático mas creio que me vou aproximando, tacteio anh!
    abraços

    anónimoaqui e em toda a parte da blog....

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  4. O fulano de tal e essa menina, acho inté qui é "minina dos oios" de tanto que amei.
    Beijos
    Jacydenatal

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  5. Muito bom!!
    Legal o blog de vocês. Conheci através da Priscila, que me leu lá na Garganta da Serpente...

    Aliás, Aline, você conhece o Ricardo Gallina?

    Até mais
    Ines

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  6. Venho aqui encontrar uma forma autêntica de crítica literária. Obrigado pelo convite, valeu a pena cada linha. Abração, volto vezes!

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  7. Eia, massa os poemas de vocês..
    Boas idéias...tem uma forma diferente, também...
    abraços

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